22.4.17

Analisando a música: I Feel It Coming (The Weeknd ft. Daft Punk)

No Grammy desse ano o The Weeknd se apresentou com o Daft Punk com uma música muito gostosa de escutar e que grudou na minha cabeça. I Feel It Coming tem um quê de Michael Jackson que ativa a veia nostálgica e a gente gosta de imediato.

Não conheço nada da discografia do artista (com nome de banda) canadense The Weeknd (sem o "e" mesmo), as vezes que tentei escutar outras músicas dele achei chatinho (até a conhecida Can't Feel My Face), mas nesse disco novo ele fez parceria com o Daft Punk e a gente sabe que o duo francês anima qualquer festa.

Essa parceria rendeu I Feel It Coming e Starboy.

Coloquei I Feel It Coming na playlist de corrida e adoro, acho o ritmo ótimo. Acontece que decidi reparar na letra e aí....

Tenho a impressão que o Daft Punk e Weeknd chegaram nessa melodia e precisavam de uma letra urgente, aí o Weeknd resolveu escrever sobre um assunto que ele deve entender bem.

Bem, vamos analisar.

Tell me what you really like
Baby, I can take my time
We don't ever have to fight
Just take it step-by-step
I can see it in your eyes
'Cause they never tell me lies
I can feel that body shake
And the heat between your legs

É uma música sobre sexo. Na verdade, é uma música sobre um cara que: 1) está assegurando a namorada (ou a garota que ele quer namorar) que está investido na relação e que ela é quem manda OU 2) está simplesmente tentando convencer a garota a transar com ele. Como gosto dessa música prefiro acreditar na primeira opção, mas existem evidências fortes da segunda.

Ele começa perguntando do que ela gosta, diz que podem ir devagar, passo a passo, MAS ele pode ver nos olhos dela (que nunca mentem) que ela está a fim e pode sentir o corpo dela tremendo (ou balançando) e o calor no meio das pernas. Ui Ui Ui. Espero que ela esteja mais balançando do que tremendo, ou que seja um tremor de prazer. E vamos combinar que se ele já está sentindo o calor num lugar específico é porque o rala e rola já está numa fase avançada.

You've been scared of love and what it did to you
You don't have to run, I know what you've been through
Just a simple touch and it can set you free
We don't have to rush when you're alone with me

Provavelmente ela teve uma experiência amorosa (ou sexual) muito ruim e que ficou traumatizada, mas ele diz que entende o que ela passou e que ela não precisa fugir. Ele deve ter uma mão mágica porque diz que com apenas um toque pode libertá-la e que não precisam ter pressa.

Vou acreditar que ele está sendo fofo e compreensivo.

I feel it coming, I feel it coming

E temos um refrão com uma frase simples que tem dois sentidos. Pode ser: 1) sinto que está chegando (o desejo, o tesão, o amor, etc) ou 2) to come também significa gozar em inglês, tirem suas conclusões.

You are not the single type
So baby, this is the perfect time
I'm just trying to get you high
And faded off this touch
You don't need a lonely night
So baby, I can make it right
You just got to let me try
To give you what you want

Essa segunda estrofe é confusa, mas vou tentar ver o copo cheio só porque gosto da melodia e não quero tirar essa música da minha playlist.

Ele já decreta que ela não é do tipo que fica solteira (amigo, que tipo é esse? quem é que não fica solteira? afff) e aí tenta convencê-la de que é a hora certa. Diz que está tentando deixá-la alta (ou nas alturas) e espero que seja com muito amor e não substâncias alucinógenas ou alcool. Diz que ela não precisa de uma noite solitária, que ele pode fazer bem a ela e pede (quase insiste) para tentar dar o que ela quer.

E se ela quiser ficar sozinha? Hein?

You've been scared of love and what it did to you
You don't have to run, I know what you've been through
Just a simple touch and it can set you free
We don't have to rush when you're alone with me

I feel it coming, I feel it coming

E aí repete mais uma vez que ela não precisa se preocupar, que ele entende, que o toque mágico vai resolver tudo e sente o amor vindo.

E aí? Mocinho fofo ou não?

Enquanto decidimos vamos curtir o ritmo porque estou sentindo a vontade de dançar vindo.

3.4.17

Novas séries

Big Little Lies - é uma série sobre um grupo de mulheres que moram em Monterey na California. São todas mães de crianças na faixa dos 6 anos que estudam na mesma classe. Logo no primeiro episódio a gente fica sabendo que houve uma morte numa festa da escola (só para os pais) e a história é contada através de flashbacks e de depoimentos de pessoas que estavam nessa festa.
Nós ficamos sabendo como essas mulheres se relacionam entre si (muitas farpas são jogadas), com seus parceiros e seus filhos.
Tem Reese Witherspoon, Nicole Kidman, Laura Dern e Shailene Woodley. Todas ótimas. É da HBO.

13 Reasons Why- uma série da Netflix sobre bullying e suicídio. Hannah é uma garota que se mata mas antes ela deixa fitas (sim, fitas cassetes, old school mesmo, e isso tem significado) com as 13 razões que a levaram a cometer suicídio. Nós acompanhamos um de seus colegas, o Clay, desde o momento que ele recebe as fitas até ele terminar de escutá-las. Nós acompanhamos a mudança da Hannah de uma garota alegre para uma que se sente acuada até em casa porque sabemos que hoje em dia o bullying não fica só na escola. O público alvo dessa série é adolescentes, pais de adolescentes, professores, mas acho que serve para todos nem que seja para lembrar de tratar melhor as pessoas.

Feud - uma série sobra a rixa histórica entre Joan Crawford e Bette Davis e foi babado. As duas já eram rivais profissionais (mais pelas provocações da mídia) antes de filmarem Quem tem medo de Baby Jane?, mas durante as filmagens e depois quando só Bette Davis concorreu a um Oscar a coisa piorou. Joan Crawford (pelo o que a série mostra) era chegada numa picuinha, aliás, uma pessoa que usa todo aquele plástico para cobrir os móveis não pode bater bem da bola. Susan Sarandon e Jessica Lange estão ótimas como Bette e Joan. A série também mostra a dificuldade de atrizes de uma certa idade (e outras mulheres na indústria cinematográfica) tem dificuldade em conseguir bons papéis por pressão do show business em querer se manter jovem (especialmente mulheres).

Iron Fist - mais uma série dos heróis da Marvel na Netflix. Para formar o grupo dos Defensores (Jessica Jones, Demolidor, Luke Cage e Iron Fist) a Netflix deu uma série para cada. A do Demolidor é ótima, Jessica Jones também e a do Luke Cage é chatérrima (nem terminei de ver e tinha tudo para eu gostar). A série do Punho de Ferro é pouca coisa melhor do que a do Luke Cage, pelo menos terminei de ver, mas que herói bananão. Netflix, faltou dinheiro para fazer lutas melhores? Ou para nos dar um flashback decente das origens do herói? Iron Fist é mestre em Kung Fu e tem a PIORES lutas ever. Até a briga do Colin Firth e Hugh Grant em Bridget Jones é melhor.


Sei que Girls não é série nova (e tem gente que não suporta, mas eu gosto porque conheço algumas Girls na vida real), mas Lena Dunham está fazendo essa sexta e última temporada com maestria sabendo dar tchau a todas as personagens.

2.4.17

+ Filmes

Trainspotting 2

O primeiro Trainspotting é de 1996 e fez bastante sucesso especialmente entre o público de pré-hipsters da época. É sobre um grupo de rapazes escoceses que são viciados em heroína e passam o tempo todo se drogando, tentando se livrar das drogas, arranjando meios de conseguir mais drogas e chegando no fundo da privada do poço.

Acho que esse filme tem umas das melhores trilhas sonoras ever.

(Para quem não viu o primeiro, tem na Netflix. E é bom ver o primeiro antes de ver o segundo não só para entender a trama como para conhecer melhor essas pessoas.)

O segundo filme se passa 20 anos depois do fim do primeiro filme. Renton está morando na Holanda, Sick Boy continua no mundo marginal usando sua namorada para chantagear homens teoricamente direitos, Spud ainda é viciado em heroína e tem um filho, e Begbie está preso.

Renton não é mais viciado em heroína mas é viciado em exercícios. Depois de um ataque cardíaco e após a morte de sua mãe, ele volta para Edimburgo. E lá tem um bocado de gente com raiva dele (veja o primeiro filme para saber porque).

Nessa reunião com cara de vingança de amigos tem muitos momentos nostálgicos porque viciados em drogas serão sempre viciados em alguma coisa, nem que seja no passado. Tem muitos momentos violentos e a certeza que as pessoas não mudam.

A trilha sonora desse segundo filme também é ótima. Mostrou uma Edimburgo mais limpa em comparação com a cidade meio junkie do primeiro filme. É uma cidade belíssima.

O texto choose life contemporâneo é muito bom!

Gostei de ver o que aconteceu 20 anos depois com os rapazes de Edimburgo.

A Tia Helô ficaria horrorizada com Renton e sua turminha. 821 "Ai, Jesus!" para essa reunião.


Fragmentado

O M. Night Shayamalan passou um bom tempo fazendo filme ruim, mas no A Visita ele, para mim, se redimiu e agora acho que vale a pena ver os filme dele (porque eu já tinha desistido depois de The Happening).

Então fui ver Fragmentado que é sobre um homem com multiplas personalidades (23 para ser exata) que sequestra três meninas e as coloca num porão.

Das 23 personalidades nós vemos 3 na maior parte do tempo, mas outras dão o ar da graça em algum ponto. O James McAvoy está sensacional fazendo as diferentes personalidades e a transição entre elas.

Porque ele sequestra as meninas? Bem aí tem que assistir. Só digo que tem uma teoria muito interessante sobre multiplas personalidades e seus efeitos no corpo humano.

A Tia Helô não iria aguentar a tensão, mas acho que ela gostaria muito da personalidade Dennis, afinal ele tem TOC. 514 "Ai, Jesus!" para tanta tensão.