13.2.15

50 Tons de Cinza

Para começar: não li o livro.

Conheço várias pessoas que leram, algumas gostaram, outras não passaram das primeiras 30 páginas, e muita gente falou mal. E tome polêmica. Pelo que entendi é um Sabrina/Bianca/Julia de capa dura (e pitadas de BDSM). A autora ficou milionária só no "falem mal, mas comprem meu livro".

Li um que artigo tem algumas passagens do livro e devo dizer que ri muito das descrições (voz de caramelo derretido, Ícaro voando perto do sol, suor com poderes, etc, e as inúmeras menções a tal da medula oblongata - wtf?). Melhor que isso só o fantoche Marcelinho lendo um trecho do livro.

Fiquei com preguiça de ler tantas menções a deusa interna (Oi?) e decidi esperar o filme.

Adianto que achei o filme melhor do que eu esperava. Tem uma trilha sonora boa, é bem filmado e mantém o interesse.

O filme tem dois graves defeitos: 1) falta total de química entre os protagonistas (saudades J.Lo e Clooney em Out of Sight) e 2) péssimos diálogos (se bem que esse defeito gostei porque dei muita risada).

Atenção para 50 tons de Bitch please. Para os dois, Mr. Grey e Anastacia. (COM SPOILERS)

A história é sobre Anastacia, que chamarei de Tatá, uma garota estabanada, hipster, que cai de paraquedas no escritório do Mr. Grey para fazer uma entrevista no lugar da amiga que ficou doente. O Mr. Grey, que é um dominador de carteirinha, viu na figura da Tatá uma ótima oportunidade de pessoa submissa e decidiu investir.

Tatá por sua vez achou o Mr. Grey lindão, hot, hot, hot, e ficou com os joelhos fracos e formigas nas calças. O Mr. Grey no modo stalker vai atrás dela no trabalho (uma loja de ferramentas), se oferece para posar para fotos do artigo da amiga e convida a Tatá para um café. Aí num papinho o Mr. Grey descobre que Tatá é mocinha romântica e desiste dizendo "não sou homem para você". (revirada de olhos nivel: Liz Lemon)

Decepcionada, Tatá vai com as amigues num bar, bebe todas e drunk dial o Mr. Grey. Tatá, amiga, que erro de principiante! Mr. Grey pega a deixa, vai lá tirá-la de uma bebedeira, e talvez de um amigo interessado nela, e a leva para curar ressaca no seu hotel. Ela acorda, pergunta se transaram, e o Mr.Grey (shirtless, claro) diz que não, que não toca nela antes dela assinar um contrato (Oi?), mas não resiste a mordidinha de lábios da Tatá e temos uma pegação no elevador digna de Grey's Anatomy. (trocadilho merecido)

(queria abrir um parenteses para o Taylor, motorista do Mr. Grey: macho-que-é-macho)

Tatá quer saber que babado do contrato é esse e Mr. Grey a leva para conhecer seu quartinho de brinquedos adultos. Tatá fica curiosa, Mr. Grey explica que ele é dominador, ela seria submissa e teria que obedecer as regras ou então seria punida mas que em troca ele seria só dela. (foge Tatá!) Aí ele diz que não vai fazer nada que ela não queira e descobre que Tatá é virgem. Felizmente ela não é muito apegada ao seu himen e vai logo se desfazer dele com o Mr. Grey.

Mr. Grey então entrega o tal contrato cheio de blá blá blá vibradores, algemas e cordas. Tatá cozinha Mr. Grey por um bom tempo até que ele decide dar uma palhinha de como pode ser um sexo BSDM com algumas palmadas. Enquanto isso Mr. Grey tira foto com ela para o jornal, apresenta ela a mãe, dorme de conchinha, é um fofo. Eles negociam os termos do contrato e ele até aceita um cineminha com jantar. Tatá diz que topa entrar no quarto de brinquedos, mas ainda não assina o contrato.

Aí vem as cenas picantes, só que não. Se fosse um filme da HBO seria bem melhor, just saying.

Tatá decide visitar a mãe em outro estado, Mr. Grey fica puto que não foi avisado mas aparece lá de surpresa e leva Tatá para um voo de ultraleve. (Pierce Brosnan e Rene Russo fizeram muito melhor em The Thomas Crown Affair)

Alguma coisa acontece nos negócios do Mr. Grey que o deixa tenso, ele volta para casa mais cedo e quando ela chega eles tem uma DR. Tatá quer ficar alisando o peito do Mr. Grey, ter conversas profundas, quer saber do passado dele, mas ele acha que ela está sendo desobediente e merece punição, ela questiona mas acaba aceitando para tentar entender. Seis chibatadas depois ela vê que o buraco é mais embaixo, devolve o computador e o carro e vai embora, mas não sem antes dizer um NÃO bem bonito para o Mr. Grey.

Achei esse final muito digno. Tatá experimentou coisas pela primeira vez com Mr. Grey (ele também com ela), se apaixonou, viu que tem muita gente esquisita por aí, que ele é duro na queda, optou pela saída a direita e o deixou para brincar sozinho no quartinho.

Para que continuações?

Olha amigues, passar duas horas vendo o Jamie Dornan na tela grande não é nada mal. Ele pode não ser um ótimo ator, mas dá conta do recado e é bonito. O shirtless dele é louvável. Já tinha reparado nele quando fez o caçador da Branca de Neve em Once Upon a Time, e depois ele fez o serial killer mais bonito de todos os tempos em The Fall. (Hannibal você é mestre, mas o Paul Spector é lin-do). O Mr. Grey dele só fica interessante mesmo quanto faz cara de psicopata combinado com o shirtless.

Já Dakota Johnson deu uma certa dignidade a Tatá. Em nenhum momento achei que a Tatá tivesse interessada no din din ou poder do Mr. Grey, queria mesmo aquele corpinho. Ela morde os lábios mais do que a Kristen Stewart e é intencional (afinal o Mr. Grey fica loka quando ela faz isso), mas na reta final teve pulso.

Pena que faltou química entre os dois.

A Tia Helô ia ficar horrorizada com os brinquedinhos de Mr. Grey, e mais ainda com aqueles diálogos cafonas: 813 "Ai, Jesus!" para Tatá e Mr. Grey.

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