29.6.13

Analisando a música: I Predict a Riot (Kaiser Chiefs)

O país está passando por um momento importante onde a gota d'água dos 20 centavos proporcionou uma onda de manifestações que estão resultando em mudanças e chamando atenção dos políticos (finalmente!). Apoio várias. Espero que esse momento continue até as próximas eleições, e que venham novos candidatos, porque se os políticos já começaram a sentir a batata assar é porque está funcionando.

E com todas as manifestações acontecendo (as vezes resultando em episódios violentos), decidi analisar essa música do Kaiser Chiefs.

Essa banda inglesa, de Leeds, tem músicas ótimas e veio numa leva boa de bandas britânicas junto com Franz Ferdinand, Arctic Monkeys, The Libertines, Bloc Party e outras. É uma banda que tenho vontade de ver ao vivo porque toda vez que aparece um show deles na tv (nesses festivais) tenho a impressão que é muito animado, o Ricky Wilson me parece um excelente front man.

I Predict a Riot, o maior sucesso da banda, e é do primeiro album Employment, de 2005. Esse album tem outra música que gosto muito: Everyday I Love You Less and Less. O segundo album da banda se chama Yours Truly, Angry Mob, que poderia ser a assinatura de uma carta ao Congresso Nacional. O Kaiser Chiefs ainda tem mais dois albuns: Off With Their Heads e The Future is Medieval.

Mas vamos a I Predict a Riot que, como o nome diz, é sobre uma possível desordem, confusão, tumulto, que pode acontecer na saída de um bar ou boate no fim de noite (ou depois que algumas pessoas beberam além da conta). Aparentemente isso é bem comum em Leeds.

No forum alguns falaram que é sobre os chavs, jovens que bebem e provocam confusões, se vestem com agasalhos esportivos e muito bling.

A revolta da música não é política, é pelo pub fechar cedo e acabar a cerveja. Prioridades, né?

Watching the people get lairy
It's not very pretty I tell thee
Walking through town is quite scary
And not very sensible either
A friend of a friend he got beaten
He looked the wrong way at a policeman
Would never had happend to Smeaton
And old Leodiensian

Então ele está lá vendo o pessoal ficar lairy, que é uma gíria para agitado, violento. Agora imaginem jovens bebuns na saída do bar loucos para aprontar muitas confusões. Pois é. Não é bonito. (Ele usa 'thee', que é inglês arcaico, só para rimar. Acho chique.) Claro que dá medo andar pela cidade e nem é muito sensato. Aí ele conta que um amigo de um amigo apanhou porque olhou torto para um policial e que isso nunca teria acontecido com o Smeaton. Também não aconteceria com um velho habitante de Leeds - leodiensian. Quem diabos é Smeaton? Deve ser algum fodão de Leeds que não leva desaforo para casa. (segundo o pessoal do forum, John Smeaton era um engenheiro civil de Leeds, em 1700 e alguma coisa,)

Laaaa lalalalalala
I predict a riot, I predict a riot

Assim até eu prevejo uma balbúrdia.

I tried to get in my taxi
A man in a tracksuit attacked me
He said that he saw it before me
Wants to get things a bit gory
Girls run around with no clothes on
To borrow a pound for a condom
If it wasn't for chip fat, well they'd be frozen
They're not very sensible

Ele tenta entrar no taxi mas o rapaz com o agasalho esportivo (Adidas?) o atacou dizendo: "sai daí mané, cheguei antes e esse taxi é meu, porra!". O fofo está procurando uma briga, quer ver sangue. Aí ele vê as meninas correndo sem roupa. Pausa. Quem já foi na Inglaterra sabe que as garotas vão para a noite com micro saias e mini tops, porque moram num país tropical mesmo que esteja fazendo temperaturas de congelar cerveja. Então acho que quando ele fala sem roupa = sem casaco. Ok, moving on. Elas estão pedindo uma libra emprestada para comprar camisinha. Sexo seguro sempre! E ele diz que se não fosse a gordura das batatas fritas elas teriam congelado. Finalmente alguém explicou como essas garotas criam resistência ao frio!! É óbvio que essas meninas não são sensatas.

I predict a riot, I predict a riot

Então temos: bebuns violentos, rapazes vestidos com agasalhos esportivos querendo briga e meninas correndo atrás de camisinhas. Noite cheia de burburinho essa em Leeds, hein? É fácil ver uma agitação chegando.

And if there's anybody left in here
That doesn't want to be out there

E aí gente, ainda tem alguém aqui dentro que não quer estar lá fora? Então fica que o tumulto já está armado.

Watching the people get lairy
It's not very pretty I tell thee
Walking through town is quite scary
And not very sensible either

I predict a riot, I predict a riot

O que aprendemos com a noite de Leeds? Quando você ver o pessoal ficando lairy, vai para casa que a algazarra vai começar.


O video é ótimo. Se for para fazer confusão que seja com uma guerra de travesseiros.

27.6.13

Arena Castelão


E foi na semifinal da Copa das Confederações que conheci a nova Arena Castelão. O estádio está muito bonito, tudo novo, limpo e preparado para os torcedores. A ida foi muito tranquila, organizada, os bolsões funcionaram bem, o ônibus que peguei saiu do Centro de Eventos e parava 1,5km do Castelão.

no caminho



Chegamos, andamos e entramos para ver Itália x Espanha, um clássico europeu em terras cearenses.


Ainda do lado de fora do estádio, mas já dentro do complexo, tinha stands dos patrocinadores numa espécie de praça da animação, tinha um stand de cerveja mas nada de comida. Para comer só dentro do estádio e o cardápio era limitadíssimo: batatas de saquinho e cachorro quente safado. Olha, Fifa, pode melhorar isso aí viu?

reporter

Dentro é incrível. A grama é tão verdinha que parece artificial, e fica sendo aguada até a entrada dos times para o aquecimento.

aquecimento

Fiquei atrás do gol, que eu acho um ótimo lugar para ver o jogo. A torcida local era quase que toda para Itália, mas quem lê o blog sabe que torço para a Argentina mas não torço para a Azurra. Então eu era Espanha junto com outras três pessoas do meu lado.


O tempo normal terminou no 0 x 0, foi para prorrogação, a Espanha até se animou, mas não fez gol. E aí: penaltis.


Ainda bem que um dos italianos chutou para fora. E assim a Espanha vai enfrentar o Brasil na final.

iniesta batendo o penalti

A volta do estádio foi um pouco bagunçada, os ônibus passavam lo-ta-dos e voltei espremida, mas valeu a pena.

13.6.13

Game of Thrones

Essa terceira temporada da série foi muito boa, então, vamos falar de Game Of Thrones.
Antes, duas coisas: 1) não li os livros (estou de um lado do fosso entre quem só vê na tv e quem leu) e 2) vejo essa série como assisto a novela, não vou atrás de spoilers, nem fico me aprofundando no background dos personagens, aliás, não sei o nome de vários deles. O máximo que faço é ler algum review mais detalhado depois de ver os episódios para ver se perdi alguma coisa importante.



Claro que não sei de muitos detalhes que obviamente só estão nos livros, é gente demais para a série dar conta só com 10 episódios por temporada, algumas coisas ficam mal explicadas, mas investiram bem nos detalhes e é uma série boa de assistir, principalmente quando nos pega de surpresa. (aliás, surpresa mesmo só para quem não leu os livros como eu)

Com SPOILERS.

A primeira temporada nos apresentou a esse mundo que pelo que entendi tem todo tipo de clima (do árido a florestas molhadas, a tundra, praias com penhascos) com vários micro-reinos de várias famílias (ou casas) que são dominados por quem senta no Trono de Ferro. Tudo isso está na abertura sensacional.
O Trono de Ferro é como o Um Anel, one to rule them all, mas sem poderes mágicos (até agora) e tem um bocado de gente querendo sentar nele. Além disso tem uma muralha protegendo tudo isso. Do que eu não tenho certeza, por enquanto acho que é dos White Walkers, uma espécie de zumbi da neve. E ainda tem a ameaça do inverno que está vindo mas nunca chega.
Nessa primeira temporada conhecemos todos os Starks, a família dos lobos: Stark Pai, Lady Stark, filhos legítimos (3 homens: Robb, Stark Filho e Baby Stark, e 2 mulheres, Arya e Stark Ruiva) e o Stark Bastardo (Jon Snow).
Também conhecemos o Rei Robert Baratheon, que ocupa o Trono de Ferro, e sua adorável (só que não) família: sua esposa, a bitch Cersei (da família Lannister), o filho dos infernos Joffrey (que tem irmãos que nunca aparecem), os cunhados Sawyer Jamie e o genial anão Tyrion. Nesse nucleo tem  um babado fortíssimo: a Cersei e o Sawyer Jamie são amantes incestuosos e pais do Joffrey.
O Stark Bastardo é mandado para a muralha onde tem uma espécie de exército celibatário e o Stark Pai vai com as filhas (a Ruiva e a Arya) para o reino ser a mão direita do Rei Robert.
Enquanto isso do outro lado do mundo a Daenerys, herdeira de ovos de dragões e filha do rei anterior (que era louco), é forçada a casar com o Drogo (um fortão que é tipo rei de um povo que adora cavalos). Ela sofre um bocado, mas aprende muito e no fim prova que é a verdadeira Mother of Dragons.
E logo nessa temporada aprendemos que não devemos nos apegar a nenhum personagem. Matam logo o Rei Robert. O Stark Pai descobre que o Joffrey é filho do incesto e ameaça contar para todo mundo que o Rei não tem herdeiro legítimo (mas tem um bastardo que trabalha de ferreiro). O que o Joffrey, agora Rei adolescente gente boa, faz para o Stark Pai calar a boca? Corta. A. Cabeça. Na frente da filha Stark Ruiva.
Portanto, terminamos a primeira temporada com: a Arya começando sua saga como crossdresser fazendo amizades pouco saudáveis mas que a ajudam; o Joffrey vira Reizinho; o Robb Stark gostosão (o Stark legítimo mais velho) vai lutar pelo trono; Jon Snow (o Stark Bastardo) fica congelando com os novos amigos na muralha, e o Tyrion se safou e conseguiu escapar da prisão para quem tem medo de altura e da rainha, irmã da Lady Stark, que dá de mamar para o filho de 10 anos.

Isso tudo e ainda tem uns coadjuvantes como: o dono do bordel, o eunuco fofoqueiro, o conselheiro da Mother of Dragons, o Hound, o segurança particular do Tyrion, etc.

Confesso que a segunda temporada, para mim, foi um pouco cansativa, quase desisti. Apertei o botão de FF algumas vezes. Contudo, foi nessa temporada que conhecemos melhor o patriarca da família com a dinâmica mais interessante de todas: os Lannisters. Papai Lannister gosta do poder, quer o Trono de Ferro, não tem direito de sangue a ele, mas colocou o netinho psicopata lá por enquanto. A melhor coisa dessa segunda temporada é a interação com a Arya, que vira servente dele por um tempo.
No resto tem uns outros candidatos a Rei na parada: o Stannis, irmão do Rei Robert, que tem uma amiga bruxa que dá a luz ao monstro de fumaça de LOST; tem o outro irmão do Rei Robert que é gay (nem me dei o trabalho de decorar o nome dele porque morreu logo e a esposa dele é ambiciosa); tem um que todo mundo quer ser amigo porque tem navios e mora nas Ilhas de Ferro; Robb Stark quer colocar sua beleza no Trono de Ferro, e tem a Mother of Dragons correndo por fora.
Robb combina com o Theon Greyjoy de pedir os navios do pai dele, mas claro que isso não dá certo, o pai do Theon também quer ser Rei. Todo mundo é enganado.
A Mother of Dragons passa a temporada inteira numa cidade fazendo política para tentar conseguir um exercito (e esperando os dragões crescerem o suficiente para cuspir fogo).
Tyrion, nosso querido anão fanfarrão, está tentando segurar as pontas do Reizinho Psicopata e ajuda na batalha de Kings Landing (a capital dos reinos onde fica o Trono de Ferro).
O Stark Filho que foi jogado pela janela (pelo Sawyer Jamie) descobre que tem poderes.
O Sawyer Jamie é prisioneiro do Robb Stark que por sua vez casa com uma enfermeira enquanto estava prometido para outra mulher.
O pessoal da muralha vai passear na neve do outro lado, Jon Snow arranja uma namorada e o gordinho vê os tais White Walkers que todo mundo tem medo.

Aqui um recap da primeira e segunda temporadas.

Chegamos a terceira temporada.
Papai Lannister e sua família estão em Kings Landing. Papai Lannister manda em tudo e todos, afinal, é ele quem assina os cheques. Cersei se vê noiva um rapaz que gosta de rapazes só porque ele é de uma família que tem muita grana, os Tyrell (com uma matriarca tão boa quanto a Dowager Countess de Downton Abbey). Tyrion se torna contador do reinado e é obrigado a casar com a Stark Ruiva (que se livrou de casar com o Reizinho Psicopata) e ainda tem que aguentar o ciúme da namorada (que é servente da Stark Ruiva) e o amor/ódio que Papai Lannister tem dele. Joffrey, o Reizinho Psicopata, fica noivo da irmã do noivo de sua mãe que é a ex-mulher o tal candidato gay ao trono que morreu na temporada passada. Papai Lannister coloca seu netinho reizinho nos eixos quando precisa, mas deixa ele brincar com sua besta acertando mulheres à flechadas, um fofo.
O filho querido do Papai Lannister, Saywer Jamie, passou a temporada passeando com sua nova amiga Brienne, fizeram um dos melhores casais sem ser da temporada, ele a defendeu, ela o salvou, ele perdeu a famosa mão que matou o Rei, os dois sofreram, mas superaram e chegaram em Kings Landing. Passei a temporada querendo ver a cara da Cersei vendo o Sawyer Jamie chegando com a Brienne, mas ele entrou no quarto dela sozinho. Fica para a 4a temporada.
Jon Snow trocou os amigos da muralha pela namorada, perdeu a virginade, e logo depois acabou o namoro voltando para a galera da muralha, mas não sem levar da moça uma flechadas merecidas.
O Stark Filho que foi jogado da janela melhorou seus poderes visionários e está indo com seus novos amigos para a muralha atrás dos White Walkers (e ele mandou o irmãozinho para casa até a gente esquecer que ele existe).
Arya, coitada, é um sofrimento só. Virou prisioneira de um bando (que tem um cara que volta da morte várias vezes), teve seu BFF Gendry (o filho bastardo do Rei Robert) levado pela bruxa-mãe-do-monstro-de-fumaça, foi pega pelo Hound e viu o lobo do seu irmão Robb sendo morto. Não está fácil para ela. Acontece que a Arya é a Stark com mais culhões e já tem uma listinha de pessoas de quem ela quer se vingar. Aguardo essa Revenge.
O Gendry foi com a bruxa mãe-do-monstro-de-fumaça para o castelo do Tio Stannis ser torturado com umas sanguessugas (ele tem sangue de rei) para fazer feitiços contra Robb Stark. Felizmente o capitão-esqueci-o-nome o libertou e ele agora está boiando num bote no meio do mar até a 4a temporada.
Não dei muita bola para a tortura do tal do Greyjoy, mas o torturador degustando uma linguiçinha depois de ter, hum, cortado o wurst do Greyjoy e mandar pelo correio para o pai dele foi demais. A irmã do Greyjoy está indo buscá-lo com os marginais barra pesada das Ilhas de Ferro.
Mother of Dragons foi estrela nessa temporada. Conseguiu: dois exercitos de escravos livres, mostrou que com os dragões não se brinca e ainda arranjou um namorado. #TeamMotherOfDragons Mal posso esperar essa mulher chegando perto do Trono de Ferro. Voto para um dos dragões comer a cabeça do Joffrey.
Porém, tenho que me lembrar que não posso me apegar muito, afinal foi nessa temporada que vimos o Red Wedding. Fiquei passada! É sempre no nono episódio da temporada que alguma coisa assim acontece. Dessa vez, numa festinha de casamento, mataram logo o gostosão do Robb Stark, sua mãe Lady Stark e sua esposa grávida. Todo esse sangue derramado porque o Robb Stark deixou de se casar com uma das filhas do Walder Frey lá na segunda temporada, e o Frey se vingou com ajuda do....wait for it.....Papai Lannister e do vira-casaca Bolton.
Robb Stark, I'll miss you, mas confesso que gosto mesmo é do anão Tyrion e do Sawyer Jamie. Como são filhos do Papai Lannister acho que vão ficar mais um tempo na série.

RIP Robb

Concluindo: os Lannisters estão todos vivos e aprontando muitas confusões em Kings Landing. Os Starks foram resumidos a: Arya Vingativa, a Stark Ruiva, Stark Filho que foi jogado da janela, Baby Stark banido até ter idade para voltar e Jon Snow, o Stark Bastardo. Os Baratheons, verdadeiros herdeiros do trono, só tem o Stannis que depende da feiticeira mãe-do-monstro-de-fumaça e o bastardo Gendry. Os Targaryens tem a Mother of Dragons com seu exercito e estão bem na fita.

Que venha a quarta temporada! 

11.6.13

O Grande Gatsby

O Grande Gatsby é um dos livros que gosto muito. O F. Scott Fiztgerald fez sua obra mais conhecida  escrevendo sobre a vida dos ricos nos EUA dos anos 1920 (pré crash da bolsa) e de quebra contando a história de amor do Jay Gatsby e sua Daisy.

Jay Gatsby é um homem de mistérios. Mora numa mansão faraônica, dá festas inesquecíveis com milhares de convidados, mas poucos o conhecem de verdade. Um dia ele ganha um vizinho que pode ajudar nos seus interesses. Gatsby só tem UM objetivo para o verão que é chamar atenção da mimada/entediada/chaaaata Daisy. O Gatsby foi dispensado pela Daisy porque era po-bre e ela casou com outro de família quatrocentona. Gatsby levou isso a sério e foi ganhar dinheiro. Alguns anos depois ficou ricaço, comprou a mansão do outro lado da baía, começou a encher a casa com pessoas interessantes na esperança que um dia a Daisy aparecesse. Gatsby tem muito dinheiro, mas não tem o pedigree que ele tenta disfarçar contando mentirinhas que não convencem ninguém. Ele faz qualquer coisa pela Daisy.

O filme é bem fiel ao livro, inclusive nas falas e nas cenas principais (a do Gatsby jogando as camisas ficou linda!). Baz Luhrmann impôs seu estilo que se encaixou bem na história. As festas são fantásticas. Eu gostei.

Leo DiCaprio é o grande trunfo desse filme. Ele abraçou o Jay Gatsby e todas suas nuances, do homem charmoso, de negócios escusos, ao inocente sonhador (arrisco dizer que ele me pareceu até mais interessante do que o do livro). A Daisy (Carey Mulligan) desse filme me pareceu menos entediada, mas ainda assim conseguiu se manter na linha que mostra a mulher que o Gatsby sonha que ela é e quem ela realmente é. Também gostei muito do Joel Edgerton (leitinho australiano) que faz o Tom, marido abusivo e traidor da Daisy, com propriedade. Toby Maguire está bem como Nick Carraway, o vizinho camarada e narrrador do babado.

Só não entendi uma coisa: por que colocaram o Nick Carraway num instituto psiquiátrico? Ficou parecendo Moulin Rouge onde o autor só escreve depois de algum tipo de trauma.

Toda vez que os anos 1920 aparecem em filmes ou é em preto e branco (os antigos) ou tem tons pastéis e muito preto. Baz Lurhmann trouxe seu colorido e exagero para os roaring twenties como força total. E, claro, uma ótima trilha sonora.

A Tia Helo ia ficar escandalizada com aquela festança toda 586 "Ai, Jesus!" para Gatsby and friends.

9.6.13

Momento TOC: Top 10 basslines

O baixo é um instrumento quase que coadjuvante numa banda. Todo mundo presta atenção nos riffs das guitarras e baterias frenéticas marcantes, mas o baixo está lá para dar ritmo a coisa. Muitas vezes é sutil, mas em outras aparece com vontade. Como gosto de um som grave sempre presto atenção, então decidi fazer uma lista das 10 basslines (linhas de baixo) que acho mais marcantes. Aquelas que fazem a gente colocar dois dedos (indicador e médio) na altura da pança e tocar baixo imaginário.

10. Good Times - Chic. Essa nem é rock, é disco music anos 1970, mas o Daft Punk no seu sucesso recente, Get Lucky, ressuscitou o Nile Rodgers, ex- guitarrista do Chic, e me fez lembrar desse funk.
09. Men In Love - Gossip - toda vez que essa música pipoca no iPod fico com a linha de baixo na cabeça.
08. Billie Jean - Michael Jackson. O que seria de Billie Jean sem a linha de baixo inicial?
07. Give It Away - Red Hot Chilli Peppers. O Flea é um baixista muito louco e bom, essa música é toda dele e seu baixo.
06. Another Brick In The Wall- Pink Floyd. O Pink Floyd tem Money que é um clássico da linha de baixo, mas eu gosto mesmo é de Another Brick In The Wall.
05. Every Breath You Take - The Police. O The Police tem várias músicas com baixo marcante, Roxanne, Spirits In The Material World, etc, mas é o baixo de Every Breath You Take, uma música que marca desde o primeiro acorde. Ah, não vamos esquecer que o baixista do The Police é o Sting. 
04. Under Pressure - Queen feat. David Bowie - John Deacon é um excelente baixista é dele a linha de baixo que não deixa essa música sair da sua cabeça.
03. Hysteria - Muse. Uma linha de baixo nervosa. Adoro.
02. Come Together - The Beatles - Uma banda que tem o Sir Paul McCartney como baixista só podia ter muitas músicas com baixo marcante, fica até difícil escolher. Além de Come Together, Taxman também sobressai. E gosto muito do baixo metido em Something.
01. Another One Bites the Dust - Queen- A voz do Freddie Mercury praticamente acompanha a linha de baixo que é a estrela dessa música. 


Bonus Track: Psycho Killer - Talking Heads. O baixo inicial, e no resto da música, é tão eficiente quanto as facadas do Norman Bates.

1.6.13

Faroeste Caboclo

A Legião Urbana foi uma das bandas mais importantes para início do rock nacional. Gosto das músicas dos três primeiros albuns (já o Quatro Estações acho chato pacas). Vi o Legião Urbana ao vivo no começo, gosto da voz grave do Renato Russo, mas abandonei depois que viraram uma espécie de culto com fãs fervorosos.

Anyway, duvido alguém da minha geração (e a seguinte) não saber a letra de Faroeste Caboclo in-tei-ra, gostando ou não. A primeira vez que escutei essa música foi no lançamento do Que País é Este? quando um amigo chegou com o LP lá em casa e disse: vamos escutar essa música enorme. (Para quem nunca viu um LP, dava para saber a duração da música só olhando para o tamanho da faixa)

E escutamos os 9 minutos (!) da música para saber o que acontecia com o tal João de Santo Cristo.

Faroeste Caboclo foi composta pelo Renato Russo antes dele formar a banda. Com o sucesso do Dois (o segundo album), a gravadora queria outro album para já, mas eles não tinham muitas músicas novas prontas e foram fuçar no fundo do baú.

Assim que soube que iam fazer um filme da música fiquei curiosa para ver o resultado e gostei muito. O filme não segue a música a risca, mas tem todos os pontos importantes. É um filme pesado, com todos os problemas que o João de Santo Cristo enfrentou, e sabemos que essa essa história não termina bem. (Dificilmente darei algum spoiler)

Os primeiros acordes da música aparecem logo no início do filme e daí para frente nos momentos principais toca uma variação instrumental da mesma. A fotografia é muito boa, Brasília nos anos 1970/1980 era aquilo mesmo. E as referências aos filmes de western também estão todas lá.

Ao longo do filme, vendo as imagens, vem logo trechos da música na cabeça: "ainda mais quando com tiro de soldado o pai morreu"; "saindo da rodoviária viu as luzes de natal"; "era temido e destemido no Distrito Federal" e a minha preferida "e nisso o sol cegou seus olhos...". A única frase da música que é de fato usada no filme é "logo os malucos da cidade souberam da novidade" e um grita "tem bagulho bom aí!".

O primo Pablo, o peruano que vivia na Bolívia,  aparece numa versão tensa, mas é amigo. O Jeremias, traficante de renome, não está para brincadeira e faz o João ir para o inferno mais do que duas vezes. E a Maria Lucia, aquela menina falsa para quem ele jurou amor, é uma estudante de arquitetura filha de senador que adora fumar um baseado, anda um pouco entediada e se apaixona pelo João. Faroeste Caboclo também é uma história de amor.

Claro que a Winchester-22, a arma que o primo Pablo deu, faz sua aparição estelar e a última cena é fantástica.

Confesso que senti falta do sorveteiro no confronto final, mas a via crucis do João do filme não vira circo e achei justo o duelo intimista entre ele e o Jeremias com a participação especial da Maria Lucia.

Nas letrinhas no final Faroeste Caboclo toca na íntegra para quem nunca escutou a música (existe isso?) saber do que se trata e para quem esqueceu lembrar.

A Tia Helo ia ver esse filme com os olhos tapados, 719 "Ai, Jesus!" para Faroeste Caboclo, e o Jeremias do filme nem é crente.