25.1.13

+ Filmes

Esse ano vou chegar no Oscar com todos os filmes vistos.

Django Unchained

O Tarantino é genial. FATO. Ele sabe usar todas as referências cinematográficas que ele guarda na cabeça e dessa vez foi impecável com o western. Sergio Leone ficaria orgulhoso. Está tudo lá: violência, humor, ironia, cenas em camera lenta, atores tirados do fundo do baú (Don Johnson e Franco Nero - esse último fez o Django original) e uma trilha sonora sensacional!

O Django (Jamie Foxx) é um escravo que se junta ao caçador de recompensas alemão Dr. Schultz (o excelente Christopher Waltz). O Dr. ensina o Django a usar uma arma, caçar bandidos, e um pouco de atuação. Os dois passam o inverno ganhando dinheiro para depois irem procurar Broomhilda (excelente nome!), a amada do Django, que agora é propriedade do Leo DiCaprio, dono da maior plantação de algodão do Mississippi. E na casa grande da plantação trabalha o Stephen (Samuel L Jackson) um escravo racista, pior até que o sinhôzinho branco dele.

O Samuel L Jackson está incrível, quase não dá para reconhecer. Tanto ele quanto o Leo Dicaprio mereciam uma indicação ao Oscar de coadjuvantes, mas o Christopher Waltz deve levar essa outra vez.

A Tia Helo diria 835 "Ai, Jesus!" para o Django, ainda mais naquela roupa azul ridícula.

Les Miserables 

Queria dizer que gosto muito de filmes musicais (mas não gosto musicais no teatro #prontofalei). Sou fã de Grease, Xanadu, Evita, Cantando na Chuva, A Noviça Rebelde, Moulin Rouge, Mamma MiaSweeney Todd, etc. O fato de começarem a cantar uma música no meio do nada não me incomoda, até gosto, se a música for  boa, mas o que eu não aguento são as falas cantadas. Les Mis é recheado de faaaaalaaaas cantaaaadaaaas de um jeito que me custou identificar o que era música de fato ali (e músicas tão dramáticas que não gostei de nenhuma).

E a história? Vitor Hugo, sinto dizer, mas acho que ridicularizaram um pouco seu livro com toda essa cantoria. O Jean Valjean (Hugh Jackman, que está realmente ótimo) rouba um pedaço de pão e fica preso por 15 anos, mas ele consegue sair e mudar de vida. Só que o Jean é perseguido pelo Javert (Russell Crowe, que eu gosto muito, mas não consegue coordenar atuação com cantoria - e a voz dele é boa) que faz qualquer negócio para mandar o Jean Valjean de volta para a cadeia. Jean Valjean foge de Javert, mas não sem antes pegar Cosette, a filha da Fantine (a excelente Anne Hathaway) que ele prometeu cuidar. Quem é Fantine? Ela é uma das funcionárias da fábrica do Jean que foi despedida, teve que vender o cabelo e virar prostituta para sustentar a filha na casa de dois trambiqueiros (os super divertidos Sacha Baron Cohen e Helena Bonham Carter, a melhor coisa do filme) e morre (mas não sem antes cantar a música da Susan Boyle).

Jean Valjean e Cosette conseguem fugir para Paris, os anos passam, a menina cresce e se apaixona por um revolucionário, o Marius. Tem barricada na rua, confusão, muita gente suja (se os franceses tem fama de não tomar banho hoje em dia, imagina em 1830), luta, morre um bocado de gente, fuga no esgoto e depois de muito lálálálá o Jean Valjean consegue unir a Cosette com o Marius e vai para um convento morrer.

A cena final me pareceu o fim de Lost com o Jean Valjean sendo guiado para a luz, pelo fantasma da Fantine, onde estão todas as outras pessoas que morreram no filme numa cena apoteótica.

Ainda bem que não vi esse filme no cinema. Não consegui ver mais do que 20 minutos seguidos. A direção de arte é muito boa, as atuações também, mas a história do sofrimento eterno do Jean Valjean (gente, esse homem não é feliz nenhuma vez em quase 3 horas de filme) e a porcaria das falas cantadas e rimas ridículas não ajudaram.

A Tia Helo ia gostar do Jean Valjean, um homem que se sacrifica por tudo. 21 "Aiiiiiii, Jesuuuuuus!" cantados para Os Miseráveis



Depois de ver todos os filmes o meu preferido ainda é Argo

23.1.13

Outras Tias (17)

A caseira da Tia Vera decidiu que ainda não estava na hora de engravidar outra vez e foi ter uma conversinha com a Tia sobre contraceptivos. A Tia Vera se dispôs a comprar preservativos para a caseira na próxima ida a fármacia.

Uma amiga americana da Tia Vera estava visitando, elas aproveitaram para fazer umas compras e passaram na farmácia. A Tia Vera (na experiência dos seus sessenta e poucos anos) pediu as vendedoras um pacote de camisinhas. As moças se entreolharam, se deram pequenas cotoveladas e risadinhas. A Tia Vera, que não é boba, apontando para sua amiga uns 10 anos mais velha, disse:

"Vocês acham que é para mim? É para ela, mal chegou aqui e já arranjou um namorado. Né amiga?"

E a amiga americana, sem entender uma palavra, confirmou com um sorriso. 

21.1.13

Novas séries

Além das que estrearam em outubro, algumas séries novas apareceram nesse início de ano e já vi alguns episódios.

Banshee
Alan Ball está de volta, depois que largou True Blood, e dessa vez nada de vampiros, lobisomens e, felizmente, fadas. Banshee é sobre um ladrão que sai da prisão e vai atrás da parceira no crime porque acha que ela ainda tem os diamantes que roubaram juntos (e rola sentimento entre os dois). A tal parceira mora na cidade de Banshee que tem um mafioso com background no mundo Amish. O ladrão, depois de uma cena ótima no bar local, assume a identidade do novo sherife e a confusão está armada. Além dos vovozinhos Amish, ainda tem a máfia sérvia e um personagem que só posso definir como Lafayette asiático.

Fiquei intrigada com esse combo Amish+máfia sérvia. Gostei.

Ripper Street
Série inglesa da BBC sobre o detetive Edmund Reid (Matthew MacFadyen, o melhor Mr. Darcy ever!) e os crimes que acontecem em Whitechapel depois do Jack The Ripper. O Jack matou 5 mulheres e encerrou suas atividades sem ser pego, então a tensão nas ruas do leste londrino se manteve por muitos anos. O Detetive Reid tem a ajuda do seu braço forte Drake e do médico americano Jackson. A reconstituição de época é muito bem feita e os crimes não são fáceis de resolver. O Detetive Reid tem um mistério relacionado com a filha dele e uma queimadura no ombro, já estou curiosa.

Deception
Deception não é decepção, como vi em uma legenda um dia desses. Deception é engano, fraude, vem do verbo to deceive. (Disappointment é decepção)
Anyway, essa série é um novelão. Uma família cheia de segredos e uma das filhas é assassinada. Para investigar o caso o FBI chama a policial Joana que era filha da empregada e melhores amigas da morta na adolescência. Joana se infiltra na família e já aconteceu um bocado de babado. Não achei tão boa quanto Revenge, mas ainda estou curiosa.

Wedding Band
Série divertida sobre uma banda de casamento que toda de acordo com o tema das festas e eventos. As versões para algumas músicas são ótimas e eles estão sempre metidos em confusões. Essa série teve uma das melhores piadas com o fim de Lost.

Continuo vendo Arrow (o tanto que ele malha shirtless já vale) e os bombeiros bonitões de Chicago Fire.

Justified voltou e Shameless também com a família mais desajustada da tv.

Fringe acabou semana passada. Foi uma série que quase desisti de ver mas o season finale da primeira temporada foi tão bom que continuei e não me arrependi, essa série é ótima. O último episódio foi uma espécie de greatest hits com referências a tudo que aconteceu desde a primeira temporada. Achei digno e foi muito bom. Saudades do Walter e cia. 

18.1.13

+ Filmes

As indicações do Oscar saíram e só tenho uma coisa a dizer: esqueceram do Ben Affleck na categoria Melhor Direção. #TeamArgo Ainda bem que deram um Globo de Ouro para ele.

Pronto. Reclamei. Vamos a mais alguns filmes.

Silver Linings Playbook (O Lado Bom da Vida)

Esse é o feel good movie do ano, indicado em TODAS as principais categorias do Oscar: filme, direção, ator. atriz, coadjuvantes e roteiro.

Bradley Cooper (que é HOT até vestido com um saco de lixo) faz Patrick, um cara que, depois de pegar a esposa com um professor de história (um velhinho diga-se de passagem), tem um crise violenta, dá umas porradas no tiozinho e vai parar 8 meses num hospital psiquiátrico. O filme começa com a mãe o tirando de lá.

Doença mental é uma coisa assustadora, para quem tem e para quem convive. Perder a sanidade mental por falta de equilíbrio químico do corpo, por alguns genes que não funcionam direito, por velhice, por drogas, ou até por bater a cabeça deve ser um dos maiores medos do ser humano.

Patrick é bipolar e tenta lidar com isso da melhor maneira que consegue, o que não é necessariamente ideal para os outros. Existe remedinho para a doença do Patrick, mas ele inicialmente se recusa a tomá-lo achando que consegue controlar os altos e baixos. E o único objetivo do Patrick é voltar com a esposa (que com medo dele tem até uma medita cautelar para que ele mantenha distância). Ser corno é um problema maior do que ser bipolar.

Então Patrick conhece Tiffany (Jennifer Lawrence, ótima) que é viúva, tem fama de fácil no bairro e também tem seus problemas. Love at first tapa na cara, mas claro que não tão fácil assim, Patrick ainda está fissurado na esposa e Tiffany precisa de um parceiro de dança.

Robert De Niro é o pai do Patrick viciado em apostas e com um TOC que ele insiste em dizer que é superstição, Jackie Weaver é a mãe que só quer o melhor para o filho, e ainda tem meia dúzia de personagens divertidos.

O Bradley Cooper está lindão na meia hora final, e a dança é ótima, mas gostei mesmo foi do combo de cenas no meio do filme ao som de Girl From The North Country cantada pelo Bob Dylan e Johnny Cash. Aliás a trilha sonora é muito boa. Dito isso, continuo sendo #TeamArgo para o Oscar.

A Tia Helo ia se identificar com vários aspectos desse filme, 164 "Ai, Jesus!" para o Bradley correndo nas ruas.


Beasts Of The Southern Wild (Indomável Sonhadora)

Um filme indie sobre uma garotinha que mora com o pai numa comunidade, hum, alternativa very low budget. Eles moram num alagado na beira da entrada de New Orleans. Não é uma vida de conforto, mas eles são livres e se divertem, até o dia que recebem o aviso de evacuar a área por causa do furacão que vem aí. A Hushpuppy, a garotinha do filme, que anda livre, leve e solta pelo alagado, tem seus dark moments com saudade da mãe que sumiu e com o pai com problema de sáude (e não larga a garrafa), mas é um filme leve.

Beasts tem 4 indicações para o Oscar desse ano: melhor filme, melhor direção, roteiro adaptado e melhor atriz para a Quvenzhane Wallis (alguém sabe como pronuncia esse nome?), de 9 anos.

A garotinha do filme é fofa e entendo porque tanta gente gostou desse filme. Achei bom, mas, sinceramente, nada especial.

A Tia Helo iria ter pesadelos com o frango assado preparado pelo pai da Hushpuppy. 215 "Ai, Jesus!" para o pessoal de Bathtub.


The Paperboy

Esse é daqueles filme que quando termina você se sente um pouco sujo e quer tomar um banho. Além das imagens anos 70, a história se passa na Florida numa onda de calor onde todos os personagens estão suando.

A Nicole Kidman faz uma mulher que se corresponde com prisioneiros e seu mais recente pen pal diz que foi injustamente acusado e condenado. A Nicole vai atrás de um jornalista (Matthew McCounaghey) que escreve sobre esses assuntos para ver se consegue livrar o namorado da pena de morte.

Muitas cenas inusitadas, algumas nojentas, muitas pessoas moralmente flexíveis, muita gente suando, cabelos oleosos, palavrões, e, para nossa alegria, muito Zac Efron só de cueca branca.

Apesar do sujinho, gostei desse filme, a trilha sonora é boa. A Tia Helo só teria uma coisa, além dos 512 "Ai, Jesus!", a dizer para a Nicole Kidman: "Para com essas plásticas!".


Seven Psychopaths (Sete Psicopatas)

Um daqueles filmes que você assiste meio sem saber o que esperar e se diverte muito. O Colin Farrell faz um roteirista que está num branco e seu amigo (que vive de sequestrar cães e os devolver pelo dinheiro) decide ajudá-lo dando idéia de uma história sobre sete psicopatas. Começa com um assassino especializado em matar capangas da máfia, tem um pai que quer vingar a morte da filha, um casal que mata serial killers e não vou contar mais. No meio de tudo isso tem um cãozinho. Assistam.

O Christopher Walken está ótimo nesse filme.

A Tia Helo ia curtir o personagem do Chritopher Walken. 517 "Ai, Jesus!" para cada um dos psicopatas.

15.1.13

Analisando a música: Dancing In The Dark (Bruce Springsteen)

Bruce Springsteen é um roqueiro de New Jersey que está aí desde a década de 1970. Começou a carreira tocando em bares perto das usinas de aço até fazer sucesso com o album Born To Run de 1975.

Bruce, conhecido como The Boss, é rock n' roll.

Eu só fui conhecer o Mr. Springsteen quando ele lançou seu album de maior sucesso até hoje: Born In The USA de 1984. Além de ter uma das capas de disco mais conhecidas (e bacanas) de todos os tempos, tem três de seus maiores hits: Born In The USA, Glory Days e, a analisada da vez, Dancing in The Dark.

Bruce Springsteen já ganhou 2 Globos de Ouro (por Streets of Philadelphia e The Wrestler), um Oscar (também pela ótima Streets of Philadelphia) e inúmeros Grammys. A carreira dele é longa, tem muitas músicas boas, faz shows animados e até fala em eventos de vez em quando. Eu gosto da voz rouca grave e rasgada. #prontoconfessei

Bruce é ativista de várias causas, suas músicas tem letras que refletem isso, mesmo que as vezes sejam muito animadas e ninguém repara muito no que significam (como Born In The USA que é sobre a guerra do Vietnam, mas todo mundo só quer cantar o refrão).

Dancing In The Dark é uma dessas músicas com ritmo dançante com uma frase que pega (You can't start a fire without a spark). Eu achava que era uma música romântica, nunca tinha reparado na letra, até hoje. Foi a última música que Bruce compôs para o album e reza a lenda que ele estava num branco total, então é uma música sobre......a busca por inspiração.

Como Bruce é um poeta, além da busca por inspiração, essa música também pode funcionar como um booty call. Por que não resolver 2 problemas com uma canção bacana? Na verdade, agora que prestei atenção na letra, acho que essa é uma canção bipolar - animada só que não (mas é ótima para dançar e correr).

I get up in the evening
And I ain't got nothing to say
I come home in the morning
I go to bed feeling the same way

Depois de dormir o dia inteiro ele acorda no início da noite e ainda não tem a dizer, nem escrever, nem compor. O que fazer? Vai para gandaia, chega em casa de manha ainda com ressaca moral e sem inspiração nenhuma. Não está fácil.

I ain't nothing but tired
Man, I'm just tired and bored with myself
Hey there baby, I could use just a little help

Cansado e entediado (Bruce, tem remédio para isso. #justsaying), ele quer uma ajudinha (opa! estamos aí!).

You can't start a fire
You can't start a fire without a spark
This gun's for hire
Even if we're just dancing in the dark

O refrão que tem essa frase que fica na cabeça: "you can't start a fire without a spark", é aí que a mágica acontece, na faísca inicial do fogo. A expressão "gun for hire" é coisa de mafioso: assassino de aluguel, OU alguém que topa TUDO (por dinheiro ou não, conhecido como: moralmente flexível). Nesse caso a segunda opção se aplica, ainda mais que seguido de "dancing in the dark" (que, obviamente, é um eufemismo para sexo a não ser que a pessoa seja cega de fato ou tenha faltado luz). Tudo por uma fagulha. Quem nunca?

Message just keeps getting clearer
Radio's on and I'm moving around my place
I check my look in the mirror
I wanna change my clothes, my hair, my face

Parece que a inspiração está aparecendo. Ou não. Inquieto, anda de um lado para outro. Insatisfeito quer mudar roupa, cabelo, rosto. (Já disse que tem remedinho para isso)

Man, I ain't getting nowhere
I'm just living in a dump like this
There's something happening somewhere
Baby, I just know that there is

"Cara, assim não chego a lugar nenhum, ainda mais morando nesse buraco." É muito descontentamento numa frase só. E como toda pessoa ansiosa e angustiada, ele sempre acha que alguma coisa está acontecendo onde ele não está.

You can't start a fire
You can't start a fire without a spark
This gun's for hire
Even if we're just dancing in the dark

A solução é tentar iniciar essa faísca para acender a chama.Vamos pegar essa arma de aluguel (ui!) e dançar no escuro. (Bruce, seu safadinho)

You sit around getting older
There's a joke here somewhere and it's on me
I'll shake this world off my shoulders
Come on baby the laugh's on me

Ok, voltamos ao modo filosófico. Estamos todos envelhecendo, claro, mas o Bruce acha que é uma pegadinha com ele. Sente que a vida está passando...

Stay on the streets of this town
And they'll be carving you up alright
They say you gotta stay hungry
Hey baby, I'm just about starving tonight
I'm dying for some action
I'm sick of sitting 'round here trying to write this book
I need a love reaction
Come on baby, give me just one look

...Que se ficar só nas ruas daquela cidade (o tal buraco que ele mora) vão te sacanear. O segredo é se manter com fome (sede, whatever), mas ele já esta faminto, ou seja, vontade não falta! Aliás, vontade, desejo e disposição ele tem. Cansou de tentar colocar as palavras no papel e agora quer buscar a inspiração num estímulo amoroso. Bruce precisa de só uma olhadinha para provocar a faísca. (uiuiui!)

You can't start a fire sitting 'round crying over a broken heart
This gun's for hire
Even if we're just dancing in the dark
You can't start a fire worrying about your little world falling apart
This gun's for hire
Even if we're just dancing in the dark

Uma verdade: não tem labareda que resista uma fossa e nem aos problemas do seu mundinho. Esquece tudo e aluga logo essa pistola nem que seja só para uma dança no escuro.

Vamos esquecer os problemas e acender essa fagulha dançando no claro (ou no escuro, como preferir) estilo anos 1980 junto com Bruce e a Courtney Cox (a Mônica de Friends no início de carreira).

8.1.13

+ Filmes

Lincoln

Só tenho uma coisa a dizer sobre esse filme. Na época do Lincoln o máximo que tinha era fotografia então não tem registro filmado dele falando nem se movimentando. Para estudar o Kennedy, o Nixon, a Margaret Thatcher e até o Franklin Roosevelt tem material de sobra, mas o Abraham Lincoln não. Dito isso, tenho certeza que o Daniel Day Lewis acertou em cheio a interpretação do 16º presidente americano. Da linguagem corporal a fala mansa, pausada com voz baixa. Genial. E nem precisou fazer o famoso discurso "...of the people, for the people, by the people.".

Ok, tenho duas coisas a dizer sobre esse filme. O Spielberg mostrou com maestria como foi a discussão e politicagem que culminaram na aprovação da emenda 13 da constituição dos EUA que aboliu a escravidão e de quebra terminou a guerra civil americana. Mostra um pouco da guerra, o suficiente para sabermos a destruição que causou no território e principalmente nas pessoas. O governo do Lincoln não foi fácil, começou junto com a guerra e ele nem teve tempo de aproveitar o período de paz, morreu no início do segundo mandato, logo depois de passar a emenda.

O partido abolicionista da época era o republicano enquanto que os democratas lutavam para manter seus escravos. Os tempos mudam né?

Além do Daniel Day Lewis tem a Sally Field no papel da primeira dama, Joseph Gordon Levitt como o filho Robert, Tommy Lee Jones como congressista Stevens, e ainda o James Spader, David Strathairn e o Lee Pace.

A Tia Helo iria gostar desse filme, o Lincoln era um homem justo, 81 "Ai, Jesus!" para esse filme, especialmente nas cenas de guerra.

(esqueci da cotação da Tia Helo no post passado sobre filmes, sorry)


Zero Dark Thirty

A Katherine Bigelow tem meu respeito desde Point Break (filme com o Keanu Reeves e Patrick Swayze sobre surfistas assaltantes). O Oscar que ela levou por The Hurt Locker foi super merecido, não é qualquer um que dirige filme de guerra, ainda mais guerra recente.

Ela se manteve no tema e fez esse filme sobre a perseguição ao longo de 10 anos do Bin Laden pela CIA. E não alivia no que os americanos torturaram fizeram para conseguir as informações (o filme se meteu em polêmica por causa disso).

Então temos a Jessica Chastain no papel da analista da CIA (Homeland feelings) correndo atrás do terrorista número um dos mais procurados ever. Ela é muito boa, de uma segurança que convence (e de certa forma tranquiliza) boa parte da agência a fazer a operação que resultou na morte do Bin Laden.

Nesse filme também desfila um bocado de caras conhecidas e testosterona que não acaba mais. Basta dizer que no grupo que invade a casa no Paquistão tem o Taylor Kinney, Chris Pratt e Joel Edgerton (tomou leitinho). Nos escritórios tem o Kyle Chandler (que também está em Argo, deve ser o ano dele na CIA), Jason Clarke (outro que tomou leitinho), James Gandolfini e Mark Strong.

Katherine Bigelow acertou mais uma vez, esse filme é muito bom. (Na batalha dos filmes sobre a CIA desse ano confesso que gostei mais de Argo)

A Tia Helo, however, iria passar esse filme com os olhos tapados, 427 "Ai, Jesus!" para A Hora Mais Escura.

3.1.13

Waterproof (2)

Aproveitei o final de ano na praia e coloquei a máquina a prova d'água para uma segunda rodada de fotos em diferentes ambientes: no mar, na lagoa e no lagostão. O mar da Taíba é tão agitado quanto o da Praia do Futuro, mas me diverti. Na lagoa foi mais fácil pegar os kitesurfistas em ação e o lagostão foi perfeito para as underwater de fato. Olha aí o resultado.

ainda fora d'água
"moça tira uma foto da gente pegando onda!"
bufo! segura essa máquina!
kitesurf no mar
kitesurf na lagoa
quase fui atropelada
lagostão underwater
na falta de peixes de verdade...
glub, glub no lagostão - profile picture para 2013

2.1.13

+ Filmes

Começando 2013 com os últimos filmes que vi, alguns ainda ano passado e outros já no primeiro dia do ano.

As Aventuras de Pi

Li o livro "A Vida de Pi" em 2005. É a história de Piscine Patel, um garoto indiano cujo pai era gerente de um zoológico na India. Um dia o pai vende os animais e decide se mudar para o Canadá. No meio do caminho o navio. que transportava os animais e a família, afunda durante uma tempestade e Pi se vê num bote no meio do pacífico com uma zebra, um orangotango, uma hiena e um tigre de nome Richard Parker.

A minha parte favorita do livro é o início com o Pi narrando as semelhanças dos animais com humanos e suas incursões nas religiões. E o filme tem essa parte de forma mais divertida e lúdica. Confesso que nunca achei que fosse ver um filme desse livro (que não fosse desenho animado) porque mais da metade da história se passa num bote no meio do mar só com o Pi e o tigre. Acontece que é justamente aí que o Ang Lee dirigiu com maestria, criatividade e sensibilidade. As imagens são fantásticas e o tigre é muito bem feito a ponto de não ter a mínima ideia se era CGI, ou animatronic ou um tigre de verdade (medinho).

Ver esse filme já sabendo o que acontece tira a surpresa do fim (que tem um momento didático desnecessário), mas faz observar toda a parte no mar com outros olhos. Decididamente um filme tão bom quanto o livro.

Flight (O Vôo)

Denzel Washington faz um piloto bebum que cheira umas carreirinhas, briga com a ex-mulher por telefone, e vai pilotar. Ele é bonachão, a tripulação o acha divertido, sente o cheiro do alcool de longe mas enquanto ele mantém o avião no ar está zuzu bem, até deixam ele tirar uma soneca. No meio de um vôo o avião apresenta uma falha mecânica e a aeronave embica rumo ao chão. Denzel, na maior CALMA, instrui o copiloto e a comissária a ajudá-lo numa manobra arriscada e inusitada conseguindo pousar o avião num descampado com um número mínimo de mortos (6 em 102).

Se você acha que a cena do avião caindo (que por sinal é muito boa e bem feita) ia ser o pior momento do filme não é. O Denzel faz um piloto arrogante, sabe que a culpa do acidente não foi dele, que ele foi corajoso na manobra (e as drogas deram uma mãozinha aí), mas acharam alcool e drogas no sangue dele e o filme vira uma história sobre um alcoolatra que nega seu estado. O filme é bom, mesmo não tendo simpatia nenhuma pelo personagem do Denzel (que ele faz muito bem, pode até valer uma indicação no Oscar), mas o filme é americano e todo mundo sabe como isso termina.

A trilha sonora é ótima!


Seeking a Friend For The End Of The World

Quando estava em Londres, em julho do ano passado, o que mais vi foi propaganda desse filme nos ônibus vermelhos, mas só consegui ver agora.

A nave enviada para resolver o problema do meteoro que vai acabar com a terra falhou e o fim do mundo tem data. Falta um mês. A primeira coisa que a mulher do Dodge (Steve Carrell fazendo uma cara melancólica que só ele sabe) faz quando ouve a notícia no rádio é fugir. Daí vemos como as pessoas lidam com fato que o mundo vai acabar em 20 dias (e tem uma contagem regressiva). Dodge continua indo ao trabalho, a sua empregada continua limpando a casa, algumas pessoas fecharam seus negócios, outras estão fugindo da cidade, tem gente que contrata assassinos para os matarem, os amigos do Dodge fazem uma festa e experientam com drogas pesadas e tem até gente que se prepara para sobreviver ao impacto.

A vizinha inglesa do Dodge, Penny (Keira Knigtley), briga com o namorado e vai se refugiar no apê de cima. Ela é uma manic pixie dream girl versão fim do mundo - uma daquelas garotas que estão nos filmes para ensinar o cara aproveitar a vida. Dodge acha uma carta de uma ex-namorada dizendo que ele foi o amor da vida dela e decide ir atrás, levando a Penny junto, claro.

O fim é óbvio, mas pelo menos o mundo acaba.

Safety Not Guaranteed

Um cara que coloca um anúncio no jornal procurando "Um parceiro para viajar no tempo. Traga suas próprias armas. Segurança não é garantida.". Um jornalista acha curioso e decide investigar para um artigo na revista. Então, o jornalista e 2 estagiários vão para a cidadezinha beira da praia onde mora o tal sujeito.

O jornalista foi só para rever uma antiga namorada que ainda mora na cidadezinha, o estagiário nerd só quer saber de videogames e a estagiária fica responsável por ser a tal parceira para viajar no tempo.

É um filme indie (tem a Aubrey Plaza de Parks & Rec) sobre a falta da garantia de segurança não só na viagem no tempo, mas também nos relacionamentos, no refúgio dos videogames, no pessimismo preventivo e, claro, na vida.