31.3.11

Brincando com a diana mini


Sempre que entrava na Urban Outfitters, eu via essas máquinas fotográficas coloridas para vender, mas não sabia exatamente como funcionava.

Depois do carnaval eu descobri (via @neybarroso e @valtercl) que tinha uma loja da Lomography, Lomo para os íntimos, no Rio e fui conferir.

Lomografia é foto old school, com filme. As câmeras da Lomo são todas analógicas, daquelas que temos que colocar filme, rodar para encaixar, foco manual, regular entrada de luz e só ver o que aconteceu depois.

Existem vários tipos de câmeras: a diana, que parece aquelas clássicas dos anos 60; a fish eye, que tira fotos com efeito olho de peixe (óbvio), as multilentes como a sampler, a pinhole para quem quer ser old school mesmo, a colorsplash para fotos coloridas, a holga para quem gosta de cantos escuros (nas fotos); a sprocket rocket para fotos panorâmicas; e muitas outras.

Confesso que fiquei entre a super sampler (que tira 4 fotos de uma vez), a colorsplash e a diana mini.

Comprei a diana mini por ser pequena, porque bato mais fotos diurnas e se eu quiser bater fotos noturnas posso comprar um flash e colocar (até com filtros coloridos).

Então, tirar fotos com essa câmera é uma aventura. Primeiro, o foco é ajustado manualmente, mas você não vê como vai ficar, o visor não reflete a imagem, é só para dar uma noção para onde apontar a lente. Depois, existem dois formatos para as fotos: frame inteiro e meio frame (e o frame inteiro é quadrado e não retangular tradicional). Pode mudar o formato no meio do filme, e quando isso acontece pode ser que algumas (muitas) fotos fiquem sobrepostas. E você pode segurar o shuttter para entrar mais luz, e aí só vai saber depois se deu certo.

A escolha do filme também é importante e a variedade é e-nor-me. Eu peguei 3 de asa 100 (para fotos diurnas) e um com efeito negativo (ainda vou descobrir como funciona), mas tem asa 800, com efeitos vermelhos, coloridos, etc.

Terminado um filme é bom digitalizar o negativo e ver o que aconteceu para depois, se quiser, imprimir. Na caixa da camera vem um livro com fotos e dá para ver o que se pode fazer com a diana mini.

O meu primeiro filme foi uma supresa. Começei colocando o filme e não sabia se tinha colocado certo, mas aparentemente acertei (e eu sou da época das máquinas com filme hein?). Na primeira foto que bati olhei para a câmera como se fosse aparecer a foto. Dã.

Aqui estão algumas:

aqui são duas fotos em meio frame que tirei de um lado e outro da praia. dei sorte de ser no mesmo frame e combinar, dando esse efeito.

outras duas fotos em meio frame (e o restinho de um frame inteiro no canto), a revelação fica assim mesmo.

e essa foto são 3 fotos sobrepostas (devo ter trocado o formato no meio da sequência), eu gostei do efeito.

uma foto tradicional, mas ficou com cara de antiga né?

e nessa eu esqueci de segurar o shutter mais tempo, ficou escura, mas gostei

Muitos desses efeitos podem ser feitos com fotos de máquina digital no photoshop, mas não tem graça. A diversão é experimentar. Claro que é sempre bom levar a máquina digital se quiser garantir a foto (como numa viagem).

Mais fotos no flickr.

O segundo filme já está na câmera!

20.3.11

Bye, bye buggy


Em 1986 compramos um buggy (ou bugre), veículo muito útil aqui no Ceará, e semana passada vendemos. Foram 25 anos de muitas dunas, praias, estradas, e até uma viagem Fortaleza-Natal pela praia. Eu praticamente aprendi a dirigir nesse carro. Nos últimos anos ele ficava na casa de praia, servia para carregar alguns materiais e para passeios por perto. Agora se foi para novas mãos e aventuras.

Na venda eu não estava aqui e o Nick, meu padastro inglês, que se desfez do buggy porque já não o usava muito, com saudade, me mandou um e-mail, poético, descrevendo a partida do buggy: (não vou corrigir o português dele)

"Acho que o Buggy nao gostou muito da mudanca, saiu daqui, com um olho fechado (farol quiemado!), cuspindo fogo (ja que um cilindro estava falhando) e de ombros baixos (suspensao traseira baleada), mas logo apos de virar esquerda (sem sinal que nao funciona) parece que acertou com o novo dono, tocou uma alegre symphonia parecido com um mistura da quinta de Beethoven e o Ride das Valquirias de Wagner. Ainda pulando feito um kangaroo (isso devido o carburador entupido por sujeira da gasolina refinada e o escapamento furado), o filho do dono adorou e estava que era um sorriso so, e ai se foi e nao parou mais (ja adivinhou ? eh isso, os freios tambem acabaram !!) Tchau buggy."

17.3.11

St. Patrick's com Ney

Hoje é dia do St. Patrick, e dia de beber uma Guinness, então fui com o Ney atrás de um lugar que vendesse a cerveja irlandesa aqui na cidade.

Encontramos a Guinness, em lata (que, obviamente, não é tão boa quanto a draft servida em Dublin), na Confeitaria Sublime, onde ia ter uma festa para celebrar a data.

Estavamos sentados, papaeando, quando o Ney observou que havia um duende cara sentado na mesa ao lado e disse "Vou já saber onde ele escondeu o pote de ouro.". Logo depois o cara se levantou e saiu, aí o Ney observou "Tá vendo, ouviu falar em pote de ouro e saiu.".

Eu já tinha tomado a Guinnes e estavamos indo embora quando o duende cara voltou, e o Ney então fechou com: "Voltou. Foi esconder o pote de ouro em outro lugar."

Não adianta, assim que o arco-íris aparecer vamos saber onde está.

14.3.11

Momento TOC: top 6 versões de Glee

Glee é uma série que agrada a uns, outros detestam, eu acho muito divertida. Tem a Sue Sylvester que é uma das melhores vilãs da tv. As músicas são importantes na série, algumas eu não gosto, acho várias divertidas, poucas nunca tinha escutado e as vezes eles até acertam. Os atores cantam bem, alguns são excelentes e outros nem tanto (dizem que usam o tal do auto tune, mas fica legal do mesmo jeito). Então segue 6 versões que eu gostei.

1- Toxic (Britney Spears). Teve um episódio inteiro dedicado a cantora e essa versão, para mim, ficou melhor que a original, e eu gosto da original.

2- River Deep, Moutain High (Tina e Ike Turner). Acho que a diva Tina ia ficar orgulhosa dessa versão cantada pela Mercedes e a Santana, duas das melhores vozes de Glee. (a original é essa.)

3- Poker Face (Lady Gaga). A original dançante da Lady Gaga é um grude instanâneo. A versão Glee é mais lenta e a Rachel usa sua voz bonita nos altos e baixos junto com a sua mãe na série (Idina Menzel).

4- Teenage Dream (Katy Perry). A versão Glee é dos Warblers, coral da escola rival, e ficou muito legal os rapazes cantando, mas, vamos combinar que o clipe da original é muito melhor.

5- Sweet Caroline (Niel Diamond). A versão Glee não é muito diferente da original, mas o Puck cantando é uma delícia.

6- Don't You Want Me (The Human League). Quando soube que Glee ia fazer uma versão desse clássico dos anos 80 achei que não ia dar certo, mas a batida mais atual me surpreendeu, ficou mais dançante. O Blaine (Darren Criss) canta muito bem, a voz dele combina com tudo, e a Rachel, claro, acompanha bem.

8.3.11

Carnaval carioca (2)

E quando achei que não ia ver mais nenhum bloco...

Hoje, último dia de festa, já estava com preguiça de carnaval quando fui andar por Copacabana. Por incrível que pareça, Copacabana tem, durante o carnaval, muito menos turistas, confusão, sujeira, etc, do que os nobres vizinhos, Ipanema e Leblon.

O carnaval de Copacabana consiste em vários bloquinhos (e são pequenos mesmo, não como o Sargento Pimenta que também chamam de bloquinho). Poucos andam pela Av. Atlântica, a maioria fica parado nas ruas transversais. Muitos tem bandas boas e pessoas animadas. Como Copacabana tem muito mais espaço que Ipanema e Leblon, nada fica lotado, ou tumultuado, inclusive, é fácil achar banheiro vazio (#epicwin).

Ontem, a caminho do Sargento Pimenta eu dei de cara com a Bandinha do Bairro Peixoto que animava umas 70 pessoas na esquina.

pequena mas animada


Hoje eu vi a Banda Saldanha, com uma bateria muito boa e metais no trio que completavam a festa.


samba é coisa séria

bloco da galinha

Depois foi o Volto Já Meu Bem, bloco que desce a Princesa Isabel até a Praia do Leme. Muita gente fantasiada, muitas crianças, uma música engraçada e até o Wally estava lá.

fazendo a curva para o leme

pernas de pau fantasiados

onde estava? no leme.


No fim da tarde fiquei local no Boca Seca, bloco do Leme.

Para quem não é tão fã de carnaval até que fui bem né? :)

Observações da festa nababesca:
- Nunca vi tanta mulher "fantasiada" de noiva. Por que?
- Os homens se divertem mais com as fantasias, a maioria das mulheres só usam fantasias para ficarem sexy. #prontofalei
- Prefeitura, vocês tem que calcular melhor esse número de banheiros por bloco, hein?
- Dos lugares que fui, posso classificar assim: Centro = tradicional e muitas fantasias criativas; Botafogo = moderninhos e música alternativa; Ipanema/Leblon = lugares da moda, multidão, micareta; Copacabana = família e locais.
- Blocos que eu voltaria: Boitatá e Sargento Pimenta (mesmo lotado). O Cru é divertido, mas só se ajeitarem aquele som. E gostei do momento rock n' roll do Bloco da Maldita que encontrei por acaso.
- Blocos que não fui e acho interessante: Suvaco de Cristo (perdi a hora); Céu na Terra e Carmelitas (acho Santa Tereza claustrofóbico); Boi Tolo (não sabia que saía logo depois do Boitatá); Bloco da Ansiedade (esqueci que era sábado antes do Carnaval) e Dois pra lá, dois pra cá (choveu muito).

Todas as fotos no flickr.

E assim termino o meu Carnaval 2011.

7.3.11

Carnaval carioca

Em outros carnavais aqui já fui ver as escolas de samba (que recomendo, pelo menos uma vez), mas esse ano o meu carnaval carioca foi dedicado aos blocos de rua.

Não fui a muitos, mesmo porque são tantos que tem que ter foco. Então vamos lá.

No sábado do pré-carnaval eu fui ver a concentração do Simpatia é Quase Amor, bloco tradicional de Ipanema, que durante o carnaval chega a arrastar uma multidão. A concentração foi legal, na sombra, o samba estava animado, e só senti falta de mais gente fantasiada, mas ainda não era carnaval oficial.

trio do simpatia saindo
No domingo do pré-carnaval passei pelo BloCão, em Copacabana, com os cahorros e outros animais de estimação fantasiados, achei fofo.


E no meio de um passeio de bicicleta dei de cara com o Bloco da Preta, com a Preta Gil animando uma multidão. Eu gostei da variedade das músicas que ela cantava, mas achei muito cheio e muito carnaval de Salvador/Fortal/Micareta (eu não gosto). Eu queria ter ido no Suvaco de Cristo, que só sai no domingo antes do carnaval, mas não foi dessa vez que consegui.

e lá vai o bloco da preta

E no Leblon cheguei no Chora e me Liga, com muita gente jovem e bonita, mas tocava música baiana e assim eu fui embora.

Na sexta de Carnaval, a diversão começou no centro da cidade onde já dava para ver as pessoas se animando e algumas fantasias.

enfermeira e o arroz integral na cinelândia

A noite fui parar no Azeitona sem Caroço, com gente demais e um pouco tumultuado. Consegui passar pela multidão (essa palavra vai aparecer várias vezes) e cheguei na Dias Ferreira onde já dava para ver a grande tendência de fantasia desse ano: Black Swan.

multidão difícil de atravessar

black swan

O sábado é o dia da fantástica feijoada do Rodrigo, festa animada, amigos e uma vista maravilhosa.

caldinho para começar

vista noturna da lagoa para terminar

Acontece que a feijoada é no Alto Leblon e a única maneira de voltar para o Leme é andando até Copacabana. Sim, andando, já que o trânsito fica parado e cheio de desvios. Então, já que é inevitável, peguei o resto de algum bloco no Leblon, e a Banda de Ipanema com fantasias divertidas.

abelhas em ipanema

No Domingo de carnaval resolvi que ia ver o tradicional Bloco do Boitatá, que sai na Praça XV, no centro. Esse bloco exige dedicação carnavalesca já que a concentração é as 8 da manhã e sai as 9. Amanheceu chovendo e friozinho, e mesmo assim fui encontrar meus amigos alemães, Jakob e Anna, para encarar o bloco.

Esse bloco é uma delícia, é carnaval como antigamente, banda com marchinha e todo mundo fantasiado. No início não é muito cheio, mas conforme vai dando a volta do Paço Imperial o cortejo aumenta. Quando chega nas escadarias da Assembleia, já está lotado. E as pessoas fantasiadas entram no clima da fantasia, todo mundo brinca. Valeu a pena acordar mais cedo, aliás, acho que esse bloco é bom por ser mais cedo.


black swan e white swan (com sangue e tudo)

the hangover, eu ri muito

Do Boitatá, fui para Ipanema e Leblon, tem muita gente fantasiada (bem menos que no Boitatá), mas por lá já esta tudo lotado, gente demais, bebados demais, confusão demais, xixi demais (mesmo sendo proíbido). #prontofalei

proíbido

eu não sei de que é essa fantasia, mas já vi 4

No fim da tarde fui no Bloco Cru, que em 2009 foi bem divertido. Nesse bloco a música é rock n' roll em ritmo de samba/marchinha/etc. Parece que descobriram esse bloco porque estava lo-ta-do. Eu fiquei na esquina esperando os amigos e não parava de chegar gente. Esse bloco também tinha bastante gente fantasiada. A banda melhorou, mas o pessoal da organização tem que melhorar o som.

casal avatar

Na Segunda, decidi ver qual era a do Sargento Pimenta e o Clube dos Corações Solitários, que toca Beatles, obviamente, em ritmo de samba. No caminho dei de cara com a bandinha do Bairro Peixoto animando uma esquina em Copacabana com várias crianças.



O Bloco do Sargento Pimenta estava lo-ta-do. No começo achei que não ia dar certo, mas depois achamos um lugar razoavelmente perto do trio/palco que deu para escutar a música. Só não dava para beber porque: 1) não tinha vendedor de cerveja perto; 2) tinha muita gente e 3) os banheiros estavam longe (e eram poucos).

na na na na na na hey jude

Do nosso lado tinha um cara fantasiado de mago que ia comprar cerveja na esquina, enchia o chapéu de latinhas e quando voltava tirava uma por uma para os amigos, como se fosse mágica (e era mesmo). The Beer Wizard.

fazendo a cerveja aparecer

A banda não era das melhores e achei o repertório muito pequeno, repetiram várias músicas muitas vezes, mesmo assim foi super animado. A melhor foi Yellow Submarine em ritmo de frevo e depois Hey Jude, que cantado por uma multidão sempre é legal.

cadê a guinness?

Na volta para casa ainda paramos na Casa da Matriz para ver duas bandas de rock que estavam animando a rua.

Então, esse foi o carnaval até agora. Ainda tem a terça-feira, mas acho que descanso. Ufa!


Mais fotos no Flickr.

1.3.11

Momento transporte público: o corredor de ônibus de Copacabana

Uma das coisas que mais gosto no Rio é não precisar de carro para nada. As necessidades básicas são todas atendidas perto de casa; supermercado, padaria, praia, clube, academia de ginástica, loja de suco, vários butiquins, comida a quilo, etc. E quando preciso ir mais longe o transporte público é razoavelmente eficiente.

Do metrô eu já falei aqui.

Com a Copa do Mundo e Olímpiadas vindo para a cidade, uma das coisas que precisa organizar (ampliar e melhorar) é o transporte público. É eficiente, mas é desorganizado.

Quem já tenteou pegar um ônibus no Rio sabe que é quase como andar de montanha russa. Primeiro eles quase não param no ponto, as vezes a gente tem que correr atrás gritando. Depois, na hora de descer param no meio da rua se o ponto estiver ocupado. Muitas vezes já saem andando quando você ainda está com o pé no degrau. Em muitos lugares da cidade não se sabe qual ônibus vai para qual lugar, por onde, e onde para. Os pontos estão lá, mas sem indicação das linhas. E, claro, os motoristas tem paciência zero.

Então dia 19/02 começou a funcionar o BRS, que é um sistema de ônibus rápido, o tal corredor. E o que é isso? Nada mais do que separar duas pistas só para ônibus e organizar os pontos. As linhas foram divididas em 3 grupos e cada grupo tem pontos definidos ao longo da N.Sª. de Copacabana e Barata Ribeiro. Os pontos agora tem um número (1,2 e 3), e adesivos dizendo quais ônibus param ali, um mapa da área com as outras paradas e uma lista dos grupos. Agora qualquer turista, nacional ou estrangeiro, vai conseguir desvendar o sistema de ônibus. Pelo menos em Copacabana. (O sistema será expandido para outras 21 ruas da cidade)


No fim de semana tinha funcionários da empresa distribuindo folhetos e explicando como o sistema funcionava. Um dos funcionários me disse que a maioria das pessoas estão satisfeitas, mas sempre tem um que não quer andar até o ponto certo e reclama. Dentro do ônibus tem aqueles que estavam acostumados a pedir par ao motorista parar em qualquer lugar e agora só pode no ponto certo, também reclamam, mas é tudo adaptação.

Reduziram a frota de ônibus, e o sistema flui.

Na minha opinião, só falta educar os motoristas que continuam no vício de acelera/freia/acelera/freia, tensos, correm demais, além de invadir a pista dos carros.

Os motoristas de taxi também reclamaram já que agora só podem pegar passageiros do lado esquerdo da rua. As vans tem que ir pela Av. Atlântica.

Claro que os motoristas de carro não ficaram satisfeitos porque só tem 2 pistas para eles. Deixem os carros em casa e andem de ônibus. #prontofalei

Eu gostei, já passei 4 vezes pelo corredor, em horários diferentes, e foi bem mais rápido chegar em casa. Ainda não é ideal, mas já é um começo.

E uma sugestão, que já deixei no site, é que os pontos sejam anunciados ou colocados num painel eletrônico, "próxima parada: Santa Clara", como nos ônibus de Londres. (ok, é pedir demais, mas quem sabe um dia né?)