6.2.06

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Brokeback Mountain

Uma história de amor entre dois cowboys do meio do nada americano que começa quando eles vão contar ovelhas na tal Brokeback Mountain. É um daqueles amores que dura 20 anos com alguns encontros, sofrimento, angústia, etc. Tem um deles pulando que nem uma menina adolescente esperando o encontro, tem o outro com cobrança de amante que manda escolher entre a mulher ou ela (no caso ele), e tem carinho. Mas como são dois cowboys (e que cowboys!!) nada é muito explícito (bem, só alguns beijos, abraços e olhares), mesmo quando estão só os dois nas suas “pescarias”.

O Heath Ledger (australiano macho-que-é-macho) faz o cowboy mais contido, Ennis Del Mar, aquele que assume menos e sofre mais. Jake Gyllenhaal (os olhos azuis mais bonitos do cinema atual) faz o cowboy mais assumido, Jack Twist, o que parte pra cima e o que cobra uma atitude. Os dois estão muito bem, palmas para eles. Duas cenas resumem o filme, a do Jack relembrando um momento do passado antes de ir embora do último encontro, e a do Ennis olhando as duas camisas sobrepostas no armário. A paisagem é linda, e o amor é difícil.

A Tia Helo com certeza não ia entender tamanho desperdício de matéria prima. Ela diria 241 “Ai, Jesus!” para os amantes vaqueiros.

Cinema, Aspirinas e Urubus

O fato que os alemães são os precursores da propaganda em massa e que eles também são ingênuos pra caramba (senão Hitler não tinha conseguido nada com eles) deve ter inspirado esse filme.

Aqui um alemão (alguém pode me dizer onde arranjaram esse ator?) fugindo da segunda guerra vai vender um produto novo que alivia as dores de cabeça, a tal aspirina. Ele faz isso através de filmes publicitários os quais eram mostrados em telas de cinema improvisadas. Onde ele vendia? Bem, no interior do nordeste, lá onde o povo tem dor de cabeça de fome, e os urubus rondam o céu. Ele tem um caminhão, um rádio e muita comida em lata, e com isso ele vai desbravando o sertão. No meio do caminho ele dá carona a um nordestino que quer chegar ao Rio de Janeiro e esse carona vira seu ajudante.

A partir daí vemos as diferenças entre o brasileiro e o estrangeiro, em tudo. Chega num momento em que o Brasil decide sair de cima do muro e toma o lado dos aliados, então os alemães e suas empresas passam a ser perseguidos aqui na terra tupiniquim. Com isso o alemão se desfaz de seus documentos e vai para a Amazônia onde ele acredita que a vida pode ser melhor. O nordestino, que já sabe que tirar borracha no seringal é uma roubada, fica com o caminhão das aspirinas e segue destino. O interessante é que o lugar que para o alemão é segurança contra a guerra, para o nordestino é a própria guerra (fome e miséria).

Foi o melhor filme nacional que eu vi desde Cidade de Deus.

A Tia Helo não ia gostar muito desse filme, tem miséria, gente sofrendo, alemão tomando banho de cuia....ela diria um 157 “Ai, Jesus!”.

Munique

E lá vamos nós para uma incursão de Spielberg na rixa mais antiga do mundo: judeus x árabes.

Dessa vez ele conta a história da perseguição do Mossad aos árabes que arquitetaram o atentado terrorista nas Olimpíadas de Munique.

Eric Hulk Tróia Bana (e australiano macho-que-é-macho) faz Avner, um agente do Mossad que é recrutado pela vovozinha primeiro-ministro de Israel, Golda Meir, para a tal missão. Ele é mandado para Europa com uma lista de 11 nomes, muito dinheiro e 4 ajudantes (entre eles o futuro 007). No começo tudo é festa, eles conseguem as informações e começam a eliminar os nomes da lista. Mas no meio da história Avner percebe que o buraco é mais embaixo, que ao eliminar um nome da lista vai sempre aparecer um substituto, que os mercenários trabalham para os dois lados, que os árabes tem muito mais foco e vontade de vencer essa disputa e que ele também faz parte da lista de alguém.

Como um bom judeu, a culpa faz dúvidas pipocarem na mente de Avner. Será que essas pessoas são realmente culpadas por esses crimes? Será que eu sou um assassino? Será que minhas ações são melhores que as do inimigo? Será que vale a pena essa guerra? Será que algum dia vai ter paz mundial? E é com essas dúvidas que ele abandona Israel, onde seria um herói, e vira mais um estrangeiro no Brooklyn.

Confesso que depois daquele final ridículo de Guerra dos Mundos eu me decepcionei com o Spielba, mas eu gostei de Munique. É sempre bom ver os dois lados do confronto, que não tem bom nessa história. E ele sabe o que fazer com a câmera.

A Tia Helo, como boa católica, talvez gostasse de ver a confusão entre judeus e árabes. Ela só não gostaria de ver a violência. 247 “Ai Jesus!” para
esse filme.


Boa Noite e Boa Sorte

George Über Clooney dirige e atua nesse filme sobre um time de jornalistas que desvendou a CPI de caça aos comunistas.

Os jornalistas foram liderados por Edward Murrow, o William Bonner da década de 50, que fazia os dois tipos de jornalismo, o de denuncia e esclarecimento e também o fútil para pagar as contas. Nos anos 50 ele resolveu denunciar o absurdo que era a comissão de inquérito encabeçada pelo Senador McCarthy, um caipira que acreditava seriamente que os comunistas comiam criancinhas e sentia-se ameaçado por eles. Só que o senador esqueceu que a América é land of the free e home of the brave e foi longe demais na sua caça as bruxas. Claro que os meses entre as reportagens eram repletos de muita tensão, abandono de patrocinadores, mas o pessoal só queria fazer a coisa certa. E no fim fica a mensagem que a televisão enquanto jornalismo tem o dever de informar o público, mesmo que esse público só queira ver game shows.

Os atores estão muito bem, a fotografia em preto e branco dá um ar de documentário, e o George é o George. Uma coisa me chamou atenção, era tanta gente fumando nesse filme que eu acho que era uma mensagem subliminar para acabar com o preconceito anti-tabagista. Poxa América, deixa o povo fumar!

Tia Helo não gosta de comunistas, não gosta de fumantes, não tá nem aí pros americanos....mas ela ia gostar do George, ainda mais com aqueles óculos de garoto inteligente. Ela diria 183 “Ai Jesus!” Para esse filme.

Dizem por aí

Depois dos 4 filmes aí em cima fico até com vergonha de ter ido ver esse aqui. Mas vamos lá....

Nesse filme meio nonsense a Jennifer Friends Aniston descobre que a sua família foi inspiração para o livro e filme “The Graduate” (A Primeira Noite de um Homem). A Shirley Vida Passadas Maclaine faz a Mrs. Robinson, que, diga-se de passagem, virou uma mulher amarga, infeliz, porém muito engraçada. O Kevin Campo dos Sonhos Costner faz uma versão muuuuuuuito melhorada do Dustin Hoffman (e que upgrade!).

Mas pensando bem as coisas não se encaixam. No primeiro filme a Sra. Robinson pega o garotão porque teoricamente ela está entediada com a vida e quer tirar sarro de um pamonha virgem. O Dustin Hoffman por sua vez aprende a lição com ela e depois se apaixona pela filha dela. A Sra. Robinson dá um piti quando descobre esse fato. Piti esse que só fundamento se ela acha que o pamonha não aprendeu nada e que a filha dela vai sofrer. Duvido que ela estivesse super a fim do graduate, como querem que a gente acredite. Ora, a Sra. Robinson foi uma das primeiras mulheres a explorar um garotão para satisfação própria no cinema.

Nesse filme moderno me custa acreditar que o Kevin Costner fosse precisar aprender alguma coisa com alguém. Se alguém ensinou algo foi ele, à avó, à mãe e à filha. E tudo termina com um casamento e ninguém foge, blergh!

Difícil saber se a Tia Helo ia gostar ou não desse filme, em todo caso acho que ela diria uns 114 “Ai, Jesus!” para esse filme, sendo que 15 deles só para o Kevin Costner.

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